segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Construcción

Mi familia en la misa de domingo. 

A la hora de la homilía, el cura y sus dos horas de sermón:

- "Porque nosotros necesitamos practicar buena acción. A cada buena acción que hacemos al prójimo, echamos un ladrillo más en nuestra habitación celestial... ¿Cómo están sus casas en el cielo? ¿Pequeñas? ¿Ya son mansiones?"

He que mi hermana:

- La mía está bien grandota AUNQUE esté alquilada. Tan temprano no pienso en mudar para allá. 

- ...






 ¿Y creen ser fácil ser infeliz con una familia así?

 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A la espera

Sentada en la sala de espera.

De nuevo.

Pero ahora sin "aburricentes" para molestarme. Sólo un par de ojos negros mirándome aunque sin mucho qué decir.

Mi espera es diferente. No es espera por el médico...

Escribo para que mis nervios me dejen en paz. 

Como si fuera posible tal cosa. Tienen vida propia y siempre hacen lo que les dan ganas.

Escribo para desahogarme.

Escribo para acalmarme.

Sin mucho éxito, por cierto.

Escribo copiosamente.

Escribo sin ganas.
Fernando Pessoa dijo que escribir es una manera de librarse del mundo. Sentirse fuera de si mismo. 

No sé si tengo el desprendimiento ése. Creo que no lo tengo. Aunque insisto en las palabras.

Al fondo se oye una canción lenta, suave. Pienso que es A-HA. Música siempre me acalma. Incluso en cuanto no es una de mis preferidas.

Eso siempre funciona.

Debería quedarme todo el tiempo con audífonos.

Y ya se acaban las líneas del papel. Mi único.

Escribo, escribo, escribo... en reticencias... sin fin...






quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desistan de mí

- Todas las veces que te recuerdo, es como si hubiera una cámara lenta en mi mente y una película a pasar.

- Una película de amor, se supone

- De hecho una de terror.

- ...

- (risas) No es cierto, Paulo. Es broma.

- Vale.

- No es una película de amor. Tampoco de terror. Son imágenes borrosas, raras, como si no hubiera vivido todo aquello. Como si todo aquello no pasara efectivamente de una película. No tengo recuerdos claros de tí en mi vida. Sé que un días has estado allá donde hoy llamo pasado. Recuerdo tus palabras, ni siempre bonitas... No más.

- Mucha cosa ha cambiado. Yo, por ejemplo, Sarah. Yo cambié. Prueba de eso es que ahora estoy aquí, delante de ti...

- No sé si quiero estos cambios. A mi me gustaría dejar el pasado a dónde él se encuentra ahora. EN EL PASADO. Quiero vivir cosas nuevas, quiero llorar por cosas y personas nuevas, quiero nuevos sentimientos, quiero... lo que quiero del pasado en mi compañía. No te deseo mal tampoco que seas feliz. Sólo... sólo... la vida es mucho más que eso para que sigamos siempre con las mismas personas, teniendo la opción de hacer diferente... y, además, no quiero que me salven.





Foto: Ruero


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pedido



Por favor, que le digan a Ildefonso Falcones que no más escriba. 

Nada.

Caso contrario tendré serios problemas de salud. 

No duermo... No como... No ceno...



No. Consigo. Parar. De. Leerlo.





No te salves

 No te salves 

Por Mario Bendetti





No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo 


pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um nenhum

Por Viviane Mosé


(Publicado no site da agência Carta Maior, na seqüência de cartas endereças “Ao arqueólogo do futuro”.)


Senhor arqueólogo, foi muito difícil encontrar um lugar a partir do qual pudesse me dirigir ao senhor. Infinitas são as perspectivas que nosso tempo nos permite, desintegrado que está por tantas razões que não caberiam nesta cartinha. Então, resolvi falar de um lugar comum. O lugar de um homem.

Todo homem é comum mesmo não sendo. O não ser comum do homem parece estar em sua forma própria de ser comum. Em seu jeito singular de sofrer, brincar, envelhecer. Em sua necessidade de construir, simbolizar, criar. Um homem não deixa de ser comum mesmo entre letras, livros, máquinas, sistemas, signos. Um homem é sempre uma trajetória que declina. Que ascende, mas que declina. O comum do homem é sua aparição relâmpago, o seu constituir e o seu perecer. O comum do homem é sua necessidade de dizer, manifestar, inscrever, perpetuar. Ao mesmo tempo sua impossibilidade de permanecer. Todo homem constitui-se na tensão entre viver e morrer, entre dizer e calar, entre subir e descer. Mas, por razões extensas e difíceis, a história humana parece ter se ordenado em torno da vontade de não ser.

Não envelhecer, não sentir dor, não se cansar, não se aborrecer. O homem parece envergonhar-se de ser: pequeno, sensível, mortal, humano. E organiza-se em torno de um ideal de homem, sem corpo. O homem envergonha-se de seu corpo. Não de seu sexo ou de seu prazer, mas de suas vísceras, de seus excrementos, de seus sons e odores, de seu processo bioquímico, fisiológico, orgânico. O homem envergonha-se de morrer e vai acuando-se, escondendo-se, perdendo-se em torno de uma idéia, de uma imagem. Em sua luta por não ser comum, o homem tornou-se nenhum. Todo homem virou nenhum. Nenhum homem na rua, em casa. Nenhum homem na cama. Nenhum homem, mas um nome. O homem se reduziu a um nome. Não um nome próprio, mas um substantivo.

Mas um homem é sempre maior que um nome mesmo que não queira. E uma outra história foi sendo tecida por trás desse desejo de não ser. Enquanto construía seus mecanismos de não corpo, enquanto se constituía como idéia, pensamento, imagem, a humanidade proliferava em seus excessos contidos, em suas angústias não canalizadas, em suas paixões não vividas, em seus pavores maquiados. E um corpo invertido, nascido de tantos corpos abafados, foi constituindo-se socialmente, foi ganhando força e vida. Uma vida invertida, mas uma vida.

Tóxica, ela foi se alastrando pelas casas, pelas ruas, em forma de morte. A morte negada, as perdas e dores abafadas, saíram às ruas reivindicando seu espaço. O que antes esteve circunscrito aos campos de batalha, às margens, aos guetos, agora ganha as escolas, os metrôs, os restaurantes, as praias. Não há mais lugar seguro, carros blindados, condomínios fechados. Agora todos somos igualmente passíveis. 

Vivemos a democratização da violência. Vivemos o predomínio daquilo que foi por tanto tempo obstinadamente negado.

A violência trouxe-nos de volta a urgência pelo corpo, pela vida, pelo tempo. E apartou-nos de nosso sonho de perenidade, de futuro, de verdade. Agora, todos estamos órfãos de nosso medíocre projeto de felicidade. Agora é preciso viver, temos urgência do instante, precisamos do corpo, mesmo gordo, magro, estrábico. E aqui, de meu lugar comum, de mulher comum, enquanto lavo a louça do café olhando a cor insistente da tarde que passa, me pergunto por quê? Por que não os dias nublados, as dores do parto, os serviços domésticos? Por que não o escuro, o delírio, a solidão? As lágrimas, os espinhos no pé, as quedas?

Dizem que o homem, como conhecemos, tende a desaparecer. É possível que uma espécie mais forte possa surgir, uma espécie capaz de um dia divertir-se com este nosso hábito demasiadamente humano de negar o inexorável, de controlar o incontrolável, e, não conseguindo, de esconder-se em cápsulas virtuais, em psicotrópicos de ultima geração, em imagens. Um homem que talvez tenha sempre existido pode começar enfim a surgir. Um homem capaz de viver a dor e a alegria de ser mortal, singular, sozinho, comum. Um homem capaz de gritar sua dor impossível. Um homem capaz de cantar. Um homem capaz de viver. 


Eu já...

... corri de boi bravo. ... fui embora querendo ficar. ... deixei de fazer coisas por medo de perigo que só existia na minha cabeça. ... vol...