quinta-feira, 19 de novembro de 2015
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Os anormais acordam cedo
Impressionante como, para mim, uma ação – aparentemente simples – como a de ir fazer compras em um açougue de bairro,
entrar, fazer o pedido, pagar e ir embora em seguida, pode acabar quase em caso
de polícia.
Domingo pela manhã, levantei com
aquela vontade de fazer nada. Mas, havia coisas que não tinham como não fazer.
Comprar a carne do almoço, por exemplo. Já que enrolei o sábado todo, e não
comprei. Precisei levantar os meus 206 ossos, 660 músculos (sem contar a
banha) e 1,5 de cérebro da cama. Não foi fácil.
Fui ao açougue antes das 9 horas
porque pensei: Domingo, antes das 9 horas, a maioria dos seres humanos normais
ainda estaria na cama. No fundo acho que estava certa. A maioria dos seres
humanos normais estava na cama. O problema são os anormais que acordaram cedo.
Incluo-me nisso.
Pois bem, entrei no açougue e uma
“senhora” e um senhor já estavam lá. Dois açougueiros atendendo e o mais moreno
entregou a sacola de carne para o senhor que estava aguardando. Em seguida,
dirigiu-se a mim e perguntou: O que você deseja?
Comecei a cantar: “Desejo a todas inimigas vida longa, pra que
elas vejam cada dia mais nossa vitória...”
Mentira. Não fiz isso não. Mas,
pensei. Juro.
Quando eu tomei ar, abri a boca
para falar para ele o que eu queria, a “senhora” – que estava um pouco afastada
– saiu correndo para perto de mim, deu um pulo na minha e gritou:
- É a minha vez!
Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu cheguei aqui antes dessa inha aí. Você não pode
atender essa aí na minha frente, não. Não. Não mesmo.
Detalhe: ela só gritava.
Olhei pro teto, passei as mão nos
rosto em sinal de incredulidade total e completa. Mas, resisti bravamente à
vontade de mandá-la ao meio da merda. O lugar mais perto.
Ela continuava seu show
particular. Quando eu levantei o dedo solicitando a palavra. Igual a gente
fazia nas escolas antigamente, ela muito relutante em me dar a palavra, gritou:
- O que é?!
Falei com a mesma calma de um
espírito evoluído:
- Se a senhora não fizer o
pedido, nem eu e nem a senhora sairemos daqui hoje.
Ela fez o pedido. E ficou
enrolando no açougue para saber se iria levar mais alguma coisa. O outro
açougueiro desocupou e veio me atender. Enquanto fiz meu pedido, a senhora
estava dando voltas e mais voltas no açougue sem conseguir se decidir.
Peguei meu pedido e fui para a
fila do caixa. Adivinham?
Ela correu e tentou entrar na
minha frente dizendo que já estava ali, que ela foi atendida primeiro.
Gente...
Se me restava sono... acordei naquele momento.
Lembram do espírito evoluído tipo
Chico Xavier? Pois é... foi embora. Desceu o Exu.
Ela já deu um passo pra trás só
com a cara que eu fiz e olhei para ela.
Falei pausadamente, mas de
maneira bem diferente da primeira vez. Me soou mais como o Fauno falando no
filme O Labirinto do Fauno:
- Nem fo-den-do você entra na
minha frente nesta fila do caixa. Sua filha de uma égua!
Ela ainda tomou ar para falar
alguma coisa, mas antes de qualquer som sair da boca dela, falei:
- Nem tente argumentar com o que
não tem argumento. Pode latir mais que cachorro sem dono que não vai fazer
diferença nenhuma. Você ficou dando voltas e mais voltas no açougue só para
arrumar confusão comigo agora na hora do caixa? Bem... conseguiu. Tem alguma
dúvida disso?
Ela balançou negativamente a
cabeça.
Finalizei:
- Ótimo!
Paguei minha compra.
Fui embora
pra casa.
Fui dormir de novo. Me deu preguiça. Gente assim sempre me dá preguiça.
Ah... By the way:
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
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