domingo, 14 de janeiro de 2018

Aperto



Terça-feira, dia 31/10, Dia das Bruxas e meu dia começou meio louco. 

Dormi mal, acordei às 4h da manhã e custei a voltar a dormir de novo. Resultado disso foi acordar atrasada, tomar banho correndo e vestir a primeira roupa que apareceu na frente. Cheguei no horário ao trabalho, um pouco antes até. 

Organizei as coisas, desci para preparar um café, voltei para minha mesa, tomei café, enviei alguns emails e fui passar algumas coisas com o chefe. Voltando para minha mesa, fui verificar uma informação no email antes de voltar para a sala do chefe e quando fui sentar em cima da perna – sei que não pode, mas seria coisa de segundos... – ouvi, de repente, um creeeeeeeeeck longo demais para meu gosto e para meu desespero. Levanto como se nada tivesse acontecido e fui verificar onde ouvi o barulho... minha calça havia rasgado de fora a fora. Um buraco enorme entre as pernas que chegava até o meio dos glúteos. 




Sou muito tranquila para situações de emergências. Avaliei o tamanho do problema e como sou costureira também, vi que dar pontinhos com agulha e linha à mão não seria possível. 

Lembrei-me de que há duas costureiras aqui perto do trabalho onde fazem pequenos reparos. Desviei meu telefone para uma colega, amarrei a blusa de frio na cintura e fui atrás de uma delas para cerzir a calça. 

Desci na primeira e não a encontrei lá. Perguntei ao senhor da banca de revista que fica em frente ao “cafofinho” dela e ele me informou que ela havia entregado o ponto. Não trabalhava mais lá. 

Ok. Tudo bem! Tem mais uma. 

Andei mais um quarteirão até encontrar a casa da outra mulher e chegando lá visualizo uma placa: “Hamburgueres Artesanais. O melhor da região.”

A tranquilidade de início começa a me abandonar. Parei e pensei: Lojas de roupas. Procurei mentalmente as lojas de roupas daqui da região e qual delas seria mais barata tendo em vista que trabalho em uma região nobre de BH. 

Lembrei-me de uma em que já havia comprado e corri para lá. 

Gostei de uma pantacourt e o preço não era assim impagável. 

Lembrei-me que havia descido só com R$ 20,00 porque era só para arrumar a calça e não comprar uma nova. 

Ligo pro Marcão – meu amigo que sempre me salva de problemas - e peço para ele pegar minha carteira na minha bolsa e encontrar comigo para eu pagar a peça.

A cara da dona da loja era o melhor: eu com a calça no corpo, sem pagar, chegava até à porta da loja para ver se o Marcão estava chegando.

Resultado: Não eram nem 9 horas da manhã e eu já havia gasto R$ 120,00!

Como disse meu namorado: “SÓ VOCÊ MESMO!”

É... só eu.  


sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Sobre Carinhos





Vamos lá. Está incomodando, então eu vou falar sobre isto. 

Passei no centro da minha cidade ontem para comprar umas coisas que precisava. Terminei e passei em uma lanchonete para comprar 1 pastel. Mas, foi 1 pastel mesmo! Juro!

Até aí, tudo bem, tirando a minha mania de regime, mas o caso não é este. 

Chegou um menino de uns 7 ou 8 anos perto de mim, com uma caixinha de chiclete e pediu para eu comprar um chiclete dele para “ajudar”. Disse que não e agradeci. O atendente da lanchonete já conhecia o menino, colocou a mão no braço dele e passando a mão de um lado para outro, perguntou se ele estava bem e se queria comer alguma coisa. 

A reação do menino foi surpreendente!

Ele gritou com o rapaz da lanchonete:

- Não me alisa que eu não sou bicho!

E foi embora deixando todos atônitos com estas palavras.

A outra atendente da lanchonete foi a primeira que falou:

- Já é projeto de bandido! Que menino mal educado!

Pronto. Foi a brecha que faltava para aparecerem os juízes de lei.

- Você deveria ter dado um safanão nesse moleque.-  falou um cliente ao atendente.

- Devia era proibir esse moleque de entrar aqui de novo. – falou outro.

- Isso é falta de couro. – Disse outro. 

E as conversas soltas ou entre si continuaram sempre com um tom de julgamento. 

O atendente ainda estava calado, em estado de choque, me olhando pedindo cumplicidade ou um pouco de bom senso.

Não aguentei! Eu já estava na porta, virei e perguntei para as pessoas que estavam na lanchonete:

- Vocês entenderam o que aconteceu aqui? Vocês viram um menino de 7 ou 8 anos que NÃO SABE RECONHECER UM CARINHO! O que para mim, para ele (o atendente) é algo tão natural, para esse menino, isto é uma ofensa! Só Deus sabe o que ele passou para hoje “saber” que bicho pode receber carinho. Gente, não. 

Fui embora arrasada, deixando umas 8 pessoas caladas e com seus pensamento.

Rezei para que alguém/algo pudesse mudar o destino desta criança porque o mundo é um tribunal implacável!


Eu já...

... corri de boi bravo. ... fui embora querendo ficar. ... deixei de fazer coisas por medo de perigo que só existia na minha cabeça. ... vol...