Até àquele momento ela não havia chorado. Mesmo depois de ter passado
por tudo aquilo com o avô tão querido. Mesmo depois de tê-lo perdido, na noite
anterior em sua companhia. Era ela quem estava lá segurando a mão dele quando
ele deixou de viver. Ela não chorou. Mesmo depois de ter abraçado sua mãe, filha
dele, quando ela teve que dar a notícia naquela sala fria de hospital. Ela não conseguia chorar.
Mas, depois de estar nos (a)braços daquela mulher que era a mãe do seu
melhor amigo, depois de estar naqueles braços que diziam “sinto muito” tão
sinceramente, diferente de todos os abraços e palavras socialmente ensaiadas que
ela havia recebido naquele dia tão tumultuadamente atípico, só depois de tudo
isso é que as lágrimas secas em seus olhos se tornaram nascente.
As duas nunca haviam se visto antes e mesmo assim era como se elas se
conhecessem toda uma vida.
Só tinham a certeza de que esse primeiro encontro era só a continuação.
PS - A la tarde lo publico en español.
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