Dizem que sou simpática. Deve ser
porque quase nunca falo e escuto muito.
É sério. Falo muito pouco. E sou
tão crítica que, geralmente, as pessoas não gostam de perguntar as coisas –
provavelmente com medo da resposta. Por isso falo menos ainda.
Se serve de consolo – para mim e
para os outros – já fui muito pior.
Uma coisa que os últimos anos e a
degeneração cerebral natural do meu pai e seus 91 anos estão me ensinando é a
ter um pouco mais de paciência.
Acho que a responsabilidade dele
antes de partir é essa, me ensinar a ter paciência. Se não nasci com isso,
aprenda com a vida.
Poucos dias atrás, por causa do
estresse normal de fim de ano, estava em casa, sentada na minha cama e estava
pensando em tanta coisa que ao mesmo tempo não estava pensando em casa. Olhar
longe, nem piscava e segurando a cabeça com as mãos. É... bem deprimente assim
mesmo!
Ele passou, voltou e ficou parado
na soleira da porta e me disse:
- A vida é "pra" gente viver. Não é "pra" gente pensar nela, Lila.
Saí e fui correr. Dos meus
pensamentos e para a vida.
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