Cena 1
Três garotas sentadas à beira da calçada, na parada de
ônibus usando jeans e camisetas, com mochilas ao lado estavam conversando e rindo
muito e alto. Um ônibus dobra a esquina e as meninas se levantam de repente e
começam a juntar suas coisas. O som de suas vozes e de suas risadas aumentam
bastante. O ônibus chegando mais perto e já quase na parada é que elas se
lembram de dar sinal para ele parar. Como já estava com alguma velocidade, ele
consegue parar, porém mais à frente de onde elas estavam. Elas riem mais alto e
começam a correr para alcançar o ônibus. Entram e por alguns segundos ainda se
escuta o som de suas risadas.
Cena 2
Do outro lado da rua, em frente à parada de um ônibus, uma
mãe com seus dois filhos pequenos termina de passar a compra no caixa na
farmácia. Embalando o menor no colo, confere se todos os remédios estavam ali: para
tosse, para febre e antibióticos para o bebê. O filho maior agarrado na sua saia amarrotada,
vestida ás pressas para levá-los ao médico, observa a rua do outro lado. Algo
chama sua atenção. Ele olha para sua mãe com cabelos presos sem cuidado algum,
fios pendentes em sua face, semblante cansado, onde era perceptível a noite mal
dormida por causa da infecção de garganta do seu irmão pequeno e então
pergunta:
- Mãe, por que aquelas meninas são tão felizes?
Ela pensa na própria vida, nas tarefas de casa, nas
responsabilidades de esposa, de mulher e mãe e forçando-se um sorrido, responde:
- Porque elas são livres, filho.
Ojalá lo que estés buscando valga más que lo que estás perdiendo...
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