Há muitos, muitos, muitos anos
atrás, quando ainda nem existiam seres humanos na Terra, o Sol acordou um dia e
começou a observar os planetas ao redor dele. Eles giravam, giravam, giravam...
Nunca paravam.
Um pequeno planeta naquele
Universo todo chamou sua atenção. Era lindo! Quase todo ele era azul.
O Sol ficou encantando com aquele
minúsculo planeta e se perguntou: Como é que nunca vi essa belezura antes?
E a Terra ficava cheia de si
enquanto girava ao redor do sol. Fazendo graça e charme.
Certo dia, o Sol decidiu que iria
lá falar com a Terra. Ele se aproximou um pouquinho e qual não foi sua surpresa
quando viu que só de dar o primeiro passo, a Terra começou a soltar fumaça e
quando fixou o olhar, viu que toda a superfície do pequeno planeta pegava fogo.
A Terra então, com muita
tristeza, gritou para o Sol:
- Não se aproxime! Você não pode
chegar perto de mim senão você destruir tudo o que tem dentro de mim.
O Sol não se agüentava de tanta
tristeza! Por muitos anos, ele ficou quietinho no canto dele. Mas, ver a sua
amada todos os dias, rodando, rodando em volta de si, lhe causava uma tristeza
muito grande. Ele, então, resolveu se afastar da Terra.
Logo que deu o primeiro passo, a
Terra gritou para ele:
- Não! Volta, por favor!
Ele sorriu e ao olhar para trás,
o sorriso desapareceu do seu rosto. Ele viu que a Terra estava envolta em uma
neblina muito branca e espessa. Toda sua superfície era de cor azul. A Terra
estava gelada! Ela, tremendo de frio, gritou para ele:
- Por favor, não se vá! Sem você
aqui, eu morrerei de frio.
O Sol voltou para seu lugar e a
Terra, pouco a pouco, voltou a ser o que era.
Mas, o Sol e a Terra continuavam
amando-se e tristes, cada um no seu canto. Até que um dia, a Terra disse a ele:
- Dizem que tudo que o que
colocam dentro de mim, cresce. Você poderia me dar uma sementinha sua?
O Sol ficou feliz e confuso com o
pedido e então disso:
- Mas, como vou fazer isso se eu
não posso me aproximar de você?
A Terra disse:
- É só você arder com todas as
suas forças até que uma faísca possa chegar perto de mim e eu alcançá-la.
Assim o Sol fez. Prendeu a
respiração, se concentrou na sua própria força e brilhou, brilhou e brilhou.
Uma faísca pequenininha voou pelo Espaço até que chegou à Terra.
A Terra com todo carinho pegou
essa faísca e colocou dentro de si. Fez chover, deu adubo, cuidado e atenção.
O Sol vinha todos os dias para
ver se sua sementinha havia vingado.
Até que um dia nasceu uma
plantinha esguia e no final dela cresceu uma florzinha amarela como ele
mesmo o é.
A Mãe Terra disse:
- Querida Filhinha! Aquele que
vem todos os dias, brilha lá encima e nos dá seu calor é seu pai. Escute o que
ele tem a lhe dizer.
E assim a planta batizada de Girassol fazia. Quando a noite chegava, ela
baixava sua face em direção à terra para ouvir os segredos que sua Mãe lhe
sussurrava. E ao nascer do Sol, ela levantava seu rosto para ele e enquanto a Terra girava, a filha o seguia. Sempre
altiva. Atenta a todas as histórias do Universo que o Pai Sol lhe contava.
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