quinta-feira, 19 de março de 2015

Girassol



Há muitos, muitos, muitos anos atrás, quando ainda nem existiam seres humanos na Terra, o Sol acordou um dia e começou a observar os planetas ao redor dele. Eles giravam, giravam, giravam... Nunca paravam. 


Um pequeno planeta naquele Universo todo chamou sua atenção. Era lindo! Quase todo ele era azul. 


O Sol ficou encantando com aquele minúsculo planeta e se perguntou: Como é que nunca vi essa belezura antes?


E a Terra ficava cheia de si enquanto girava ao redor do sol. Fazendo graça e charme.


Certo dia, o Sol decidiu que iria lá falar com a Terra. Ele se aproximou um pouquinho e qual não foi sua surpresa quando viu que só de dar o primeiro passo, a Terra começou a soltar fumaça e quando fixou o olhar, viu que toda a superfície do pequeno planeta pegava fogo. 


A Terra então, com muita tristeza, gritou para o Sol:


- Não se aproxime! Você não pode chegar perto de mim senão você destruir tudo o que tem dentro de mim. 


O Sol não se agüentava de tanta tristeza! Por muitos anos, ele ficou quietinho no canto dele. Mas, ver a sua amada todos os dias, rodando, rodando em volta de si, lhe causava uma tristeza muito grande. Ele, então, resolveu se afastar da Terra. 


Logo que deu o primeiro passo, a Terra gritou para ele:


- Não! Volta, por favor!


Ele sorriu e ao olhar para trás, o sorriso desapareceu do seu rosto. Ele viu que a Terra estava envolta em uma neblina muito branca e espessa. Toda sua superfície era de cor azul. A Terra estava gelada! Ela, tremendo de frio, gritou para ele:


- Por favor, não se vá! Sem você aqui, eu morrerei de frio. 


O Sol voltou para seu lugar e a Terra, pouco a pouco, voltou a ser o que era.


Mas, o Sol e a Terra continuavam amando-se e tristes, cada um no seu canto. Até que um dia, a Terra disse a ele:


- Dizem que tudo que o que colocam dentro de mim, cresce. Você poderia me dar uma sementinha sua?

O Sol ficou feliz e confuso com o pedido e então disso:


- Mas, como vou fazer isso se eu não posso me aproximar de você?


A Terra disse: 


- É só você arder com todas as suas forças até que uma faísca possa chegar perto de mim e eu alcançá-la.

Assim o Sol fez. Prendeu a respiração, se concentrou na sua própria força e brilhou, brilhou e brilhou. Uma faísca pequenininha voou pelo Espaço até que chegou à Terra.


A Terra com todo carinho pegou essa faísca e colocou dentro de si. Fez chover, deu adubo, cuidado e atenção.


O Sol vinha todos os dias para ver se sua sementinha havia vingado. 


Até que um dia nasceu uma plantinha esguia e no final dela cresceu uma florzinha amarela como ele mesmo o é. 


A Mãe Terra disse:


- Querida Filhinha! Aquele que vem todos os dias, brilha lá encima e nos dá seu calor é seu pai. Escute o que ele tem a lhe dizer.






E assim a planta batizada de Girassol fazia. Quando a noite chegava, ela baixava sua face em direção à terra para ouvir os segredos que sua Mãe lhe sussurrava.  E ao nascer do Sol, ela levantava seu rosto para ele e enquanto a Terra girava,  a filha o seguia. Sempre altiva. Atenta a todas as histórias do Universo que o Pai Sol lhe contava. 






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