Fantasmas e a felicidade



Durante muito tempo fui povoada de fantasmas dentro de mim que mantinham certa cumplicidade comigo. Eu aceitava que eles ficassem. Eles me deixavam escrever sobre eles. Geralmente eram coisas tristes. A tristeza triste de estar vivo e não viver. É disso que são feitos estes fantasmas. 


Já faz um tempinho que resolvi que era hora de viver sem eles. Óbvio que eles não gostaram da minha decisão e resolveram chamar minha atenção com a intenção de ficar mais um pouco mais (ou para sempre) e o fizeram de maneiras não tão amistosas. Dor de cabeça, dores nos ombros, irritabilidade... entre outras coisas. Não, não estava com um Exu no corpo. Estes fantasmas eram só decisões que foram postergadas por muito tempo. Tempo suficiente a ponto de me fazerem acreditar que era parte de mim. Ou eu deles. 


Pouco a pouco eles se calam. Com um pouco de esforço. Nada tão desgastante. 


Descobri que a paz e a alegria de viver é um treino diário. É um conjunto de pequenas decisões que precisam ser tomadas e aceitar as pequenas consequências de suas decisões/escolhas. 


Nem sempre as coisas são da maneira que a gente quer. Quase nunca, na verdade. 


Mas, acima de tudo, esse treino é escolher ser feliz. Hoje. De novo. Amanhã. E não precisa ser aquela ditadura de redes sociais onde há obrigação de ser a pessoa mais feliz do mundo. Pode ser só um “felizinho”. 







Nenhum fantasma ou decisão não tomada gosta de gente determinada que escolhe ser feliz



Paint: Angela Moulton



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