Qual é o seu nível de esperança hoje?


Estamos passando por uma situação que algo parecido só foi vivenciado por umas três ou quatro das nossas gerações passadas. 


Este isolamento social no meio de uma pandemia foi algo muito estranho para mim. PARA MIM. Não que eu tenha problema em ficar em casa ou conviver comigo e meus migos. Já passamos bastante tempo juntos e aprendemos a coexistir-nos.


 (Edgar Allan Poe)


O que aconteceu é que bateu um desânimo tão grande de fazer as coisas que normalmente eu faço, mas, em compensação, comecei a fazer várias coisas que normalmente não fazia. 


Tive uma preguiça monstra de ler e escrever. Não sei bem se era preguiça ou falta de paciência. Acho que era mais falta de paciência. É... é isso.

Até março, havia lido 5 livros em 2020. 

Fato é que pegava em um livro e nem da primeira página eu passava. Em quanto que, não saía da cozinha. Várias receitas que estavam no limbo infinito do caderno de receitas, ficaram prontas. 


A vontade de escrever um livro diminuiu. A vontade de fazer faculdade de gastronomia aumentou. 


Vou esperar um pouco as coisas NÃO voltarem ao normal e decidir. Seja lá o que for.


Durante este período, estava trabalhando normalmente - dentro do possível - e tomando os devidos cuidados: passando álcool em gel o tempo inteiro; usando máscaras, desinfectando o local de trabalho, quando eu chegava em casa, trocava de roupa do lado de fora colocando-a para lavar, entrava direto para o banheiro para tomar banho, estava vindo trabalhar de carro, sem utilizar o transporte público, etc.; fiquei muito tempo no celular acompanhando a quantidade de casos, as histórias pessoais (orando para que alguém na minha família não fizesse parte das estatísticas), assistindo a vídeos de professores universitários sobre o momento atual, filosofia, sociologia e por fim – muito tristemente e com uma desesperança sem fim – a política. 


Não vou entrar no mérito sobre direita e esquerda. Não que política não se discute. Se discute sim! Mas, é um assunto bem complicado para ser dito só em um desabafo.


Mas, comento aqui a postura que o presidente do Brasil teve – até agora – durante todo este processo foi e está sendo de uma indiferença que beira a loucura: “E daí? Quer que eu faça o quê?; Eu não sou coveiro para saber esta informação!” são algumas das frases utilizadas pelo governante em entrevistas aos jornalistas e sem se importar com evidências científicas, com números e com vidas, ele promoveu aglomerações, falou aos empresários para pressionarem seus governadores e prefeitos para abrir o comércio, participou de manifestações... tudo isso sempre com o discurso de: "Este vírus está no Brasil, mas veio da China. Isso não é culpa minha, não."

O que ele fez (faz) é só de eximir de uma responsabilidade da qual ele se candidatou para ter: Governar. 


E parafraseando um eleitor dele mesmo: “Só me provou que nenhum político está preocupado com o povo mesmo não.”

Sim, tem eleitor arrependido. Mas, não são todos. 


Tão perverso quanto as atitudes do presidente, são as dos seus outros eleitores que diante da minha indignação, conseguem me dizer: “Deixe-o roubar um pouquinho! Os outros roubaram foi muito!” 


Como se existisse ética flexível e quando a quebram por corrupção/roubo de valor “pequeno” ou em nome da família (assunto para outro texto), está tudo bem. 


Nenhum governo precisa de apoiadores cegos (ou uma oposição sem critérios) e é um sonho utópico - queria que não - que todos ou a maioria dos eleitores que votaram nele colocassem a cabeça no centro do corpo e alta,  a coluna reta e começassem a cobrar dele políticas públicas para que possamos sair adiante desta crise, que já mostra tendência de ser grande, com o mínimo de impacto que seja possível.  
 

Enfim. 


São tempos difíceis estes! 


Manter-se motivado, com saúde mental e física em dia e ainda cuidar-se para diminuir a possibilidade de contágio próprio e dos demais membros da família exige bastante esforço pessoal e coletivo.


O que podemos aprender com isso?


Fica para a próxima.


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