A diário



Não é bom ficar escrevendo assim, tendo os músculos da fáscia inflamados. É que não é só a dor física que incomoda, o psicológico vira um lixo, dói mais ainda. Tudo é um drama. Tudo é ruim. E quando digo tudo, é TUDO mesmo. A comida, a roupa, o corpo, o cabelo seu e dos outros... Tudo. Se você está com um problema e ele se resolve, uma pessoa normal ficaria super feliz, alegre, dando pulos de alegrias, mas uma pessoa com síndrome miofascial fica triste da mesma maneira de quando o problema fazia parte do dia a dia. 

Não é divertido!

Os dias passam um atrás do outro. Só isso. É só uma sucessão de horas, minutos, momentos. SÓ ISSO. É como se a gente estivesse sempre a beira do caminho da vida e ficasse ali sentado olhando as coisas acontecendo, as pessoas vivendo e a gente ali. Só existindo. Por enquanto. 

Ter sol ou lua não faz diferença. Nada faz diferença. 

Você pode ver a coisa mais fofa da face da Terra e você olha aquilo com tanta indiferença que parece que já viveu isto mil e uma vezes em todas as suas vidas. 

Às vezes um pensamento sombrio passa pela cabeça. Nostalgia, lembranças empoeiradas, sempre o passado triste é o que está presente. Aliás, é na tristeza que eles mais se sentem “bem” porque é mais fácil aceitar que todos estão na mesma energia que a deles, na mesma sintonia que eles, do que tentarem entender como é que os outros se atrevem a ser felizes quando eles não o são. 

As lágrimas são companhia constante. O sono também. A vontade de “apagar” por dias seguidos é freqüente. Comodismo, inércia, preguiça de tudo, dificuldade de fazer qualquer coisa, até de pedir ajuda. 


Uns dias são melhores que outros. Outros insistem em ser os piores de sempre.

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